quarta-feira, março 18, 2009

Quem diria que...

... depois de estar cinco, cinq, five, cinque, πέντε horas (!) nas urgências dum hospital me iria mijar a rir por causa de uma pessoa que estava por lá a espera da sua vez.
Atenção, não gozei com a desgraça alheia até foi mais essa pessoa que acabou por gozar (involuntariamente) com as nossas caras.
Vou tentar explicar, mas como é óbvio o impacto em vocês não será certamente o mesmo.
Chegou pelas duas e picos da manhã um indíviduo (vou chamar-lhe O Rei) numa maca acompanhado por uns amigos. Não dava para perceber o que tinha. Não era nada físico e tinha pulseira amarela. Passado uns minutos, deu para perceber pela conversa com um dos amigos que estava com uma sarda em cima. "Epah, isto não é só alcool, é mais qualquer coisa" dizia O Rei ao amigo.
Entretanto, os amigos foram para o clube dos fumadores e O Rei ficou na maca a dormir, com um boné azul bebé a tapar-lhe a cara.
As horas foram passando, e nunca mais eramos atendidos. Pessoas a reclamarem e outras a desistirem da consulta eram as únicas movimentações pela sala de espera até que...
4h15 da manhã (que precisão, eu sei. Mas não havia cartas para jogar à sueca) O Rei acorda. Senta-se na maca, esfrega a cara e faz uns alongamentos. Alongamentos?! Logo aí tive que me rir, mas ao de leve. A maca dele estava no meio de duas. Não foi de modos e usou-as para puxar a dele mais a frente. Levanta-se, espreguiça-se e diz ele todo contente: "Aaah! Já estou recuperado!!". E foi-se embora.
Tive que me riririririr! Foi mais forte do que eu e não deu para disfarçar.
Agora digam-me se não foi gozar com as nossas caras. O Rei (agora já sabem o porquê do nome) deitadinho, tapadinho com um lençol e nós sentados naquelas cadeiras, que no futuro nos levarão novamente ao hospital mas com dores na coluna.
O maior gozo de todos foi ainda o da parte da triagem que lhe deu uma pulseira amarela quando, se calhar, pessoas em pior estado tinham uma verde.

Nada de especial, eu sei, mas para uma noite nas Urgências até foi sorte assistir a algo que nos fizesse rir depois de tanto tempo à espera.

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